quarta-feira, 18 de março de 2009

O dia depois de Megadeth



O dia depois é sempre difícil.

As dores no pescoço são insuportáveis. Os ouvidos parecem que estão cheios de água. A cabeça prepara-se para explodir.

Somos nós os fãs, os head bangers, os moshers, os true metal maniacs que sofremos no dia a seguir.

Somos nós que somos tratados como drogados cabeludos, revistados melhor à entrada do que se fossemos visitar o maior criminoso preso.

Mas somos nós que mostramos com orgulho os nossos símbolos. Nunca nós renderemos e nunca morreremos. Somos eternos. E estamos sempre lá.

Ontem lá estivemos.

Claro que os Testament e os Judas Priest estiveram muito bem, mas para mim Megadeth é que era.

Confesso que estava com algum receio que não fosse grande coisa (comparado com os outros Megadeth que já vi). As razões para este sentimento tinha várias fontes: os últimos álbuns, as alterações da formação, os alinhamentos que vi dos concertos, etc.

Quando o Sr. Mustaine entrou e começou o Sleepwalker o som não me pareceu estar nada do outro mundo. Despachada uma entrada com uma música que, claro é muito boa, mas na minha opinião não o suficiente para abrir um concerto de Megadeth, começou o espectáculo.

Wake Up Dead seguido de Take No Prisoners, dois clássicos dos álbuns Peace Sells e Rust in Peace, antecederam o extraordinário A Tout Le Monde.

Toda a gente gritou

A tout le monde
A tout les amis
Je vous aime
Je dois partir

Nesta altura o Sr. Mustaine parou e falou pela única vez ao público. Disse:

"Há muito tempo que não vínhamos a Portugal, temos 42 minutos e temos muito para tocar...

A próxima música chama-se Skin 'O My Teeth"

Im not trash any longer
That that doesnt kill me
Only makes me stronger

Neste momento, o meu pescoço já só abanava imparavelmente. Os saltos, os gritos das letras já só pensava em Megadeth.

Tudo o resto não existia, eu era livre novamente. Sentia-me novamente no 54 com os meus phones.

Quando começou o verdadeiro manual de Thrash Metal que é She Wolf, a minha cabeça já não existia.

One look in her lusting eyes
Savage fear in you will rise
Teeth of terror sinking in
The bite of the she-wolf

Mal terminou, começa a intro de In My Darkest Hour. Uma das musicas mais importantes da minha vida. Já falei sobre ela antes.

Loneliness is not only felt be fools

Esta frase... dá-me volta à cabeça!

Depois desta sequencia, a descarga de energia continua Symphony Of Destruction

You take a mortal man,
And put him in control
Watch him become a god,
Watch peoples heads aroll

Seguido de Sweating Bullets

Some day you too will know my pain,
And smile its blacktooth grin.
If the war inside my head
Wont take a day off Ill be dead.

Neste momento, o pavilhão estava rendido ao Sr. Mustaine. Podia fazer o que quisesse. E ele quis continuar na procura da loucura total.

A grande malha Hangar 18 foi o que se seguiu no menu

The military intelligence
Two words combined that cant make sense

Já todos esperavam pelo final que só podia ser o Hino de uma juventude Peace Sells.

What do you mean, I dont believe in god?
I talk to him every day.
What do you mean, I dont support your system?
I go to court when I have to.
What do you mean, I cant get to work on time?
I got nothing better to do
And, what do you mean, I dont pay my bills?
Why do you think Im broke? huh?

Foi o êxtase! Megadeth, Megadeth gritávamos todos esperando pelo mais que merecido encore.

Mustaine volta, apresenta James Lomenzo no baixo, Chris Broderick na guitarra e Shawn Drover na bateria.

Dispara Holy Wars

Brother will kill brother
Spilling blood across the land
Killing for religion
Something I dont understand

Agradece, mostra a bandeira de Portugal com Megadeth escrito e vai embora.

Obrigado, volta sempre!

São estas as razões que fazem com que o dia a seguir valha a pena.

1 comentário:

Rita disse...

Ficam as dores, as nódoas negras e a voz rouca... e a sensação de que ficaram tantas outras por tocar... can you put a price on hapiness ;)