segunda-feira, 8 de junho de 2009

Parar


No momento da solidão, parei. O ar frio daquela noite sabia-me a palavras tão repetidas.

Parei.
Pensei em mim. Pensei em ti. Pensei em todos. Aqueles todos que estiveram, estão e estarão ali ou aqui, presentes, partilhantes, participativos e amigos.

Pensei que se parasse, vivia. Pensei que se vivesse, sentia. Sentir...

Sentia o frio, a noite e a repetição. Como se tudo acontecesse de novo. Como se o frio nunca aquecesse ou a noite nunca acabasse ou a repetição nunca parasse.

Aquele frio.
Aconchegante como a dor,
Preciso como a vida,
Protector como uma serpente,
Ternurento como o ódio,
Obsceno como Deus,
Equilibrado como a loucura

Aquela noite.
tão Maravilhosa como a morte,
tão Cruel como uma criança,
tão Vingativa como uma rosa,
tão Irreal como a verdade,
tão Falsa como as estrelas,
tão Infinita como o amor

A repetição de algo novo.
A novidade sempre copiada,
sempre igual,
sempre esperada,
sempre tão previsível.
Afinal a novidade verdadeira já tinha ficado lá atrás.

Sem comentários: