sábado, 18 de abril de 2009

Politiquices

Caros leitores assíduos
A vidinha da mente anda muito intensa. Eu até tenho muita coisa para escrever mas a intensidade com que a mente anda, não me dá liberdade para tal. Não deixa de ser curioso que me sinta com falta de liberdade logo no mês de Abril. Devia fazer uma revolução dos cravos na mente. Ou mesmo que não fosse dos cravos, devia fazer uma revolução, uma qualquer.
O racional da vida corrente anda demasiadas vezes ligado. A mente anda, demasiadas vezes ocupada com a racionalidade dos desvalores da vidinha normal. Dessa forma, a mente convence-se que anda muito ocupada e que é muito útil, o que é ainda mais grave. Anda embriagada pelas coisas e esquece-se do sentir.
Com esta embriaguez racional, a mente não se preocupa com o que realmente devia. Aquela parte irracional, sentimental e obscura que lhe causa maior risco. Analisar, meditar e decidir sobre esta parte é neste momento, impossível à mente debruçar-se. A parte racional ocupa toda a sua capacidade.
A racionalidade, parte que reina no momento anda a ser muito alimentada nos últimos tempos. Este facto deve-se em grande parte à utilização indiscriminada de calculismo. Procuram-se estratégias mais ou menos correctas, justificam-se meios com fins. Planeiam-se formas de convencer outros que estamos certos, mesmo que pensemos o contrário. Claro que esta parte elimina a emoção, destrói a vontade e o mata o querer.
Quero acreditar que com o tempo, a mente voltará ao normal e a racionalidade será aplicada na quantidade necessária à sociedade nos achar "normais". Não pretendemos mais que isto ou seja passar despercebidos na multidão e viver na nossa irracionalidade emotiva conjunta.
Ás vezes acho que a mente me quer tornar num "deles". Só a ideia me assusta. Não quero que a mente faça isso. Tenho de a convencer que devemos continuar a ser um dos "nossos" e não um dos "deles". Porque os "nossos" não são racionais, são emotivos. Tenho de lhe fazer crer que os "nossos" estarão sempre connosco, enquanto "deles" só se espera que cuidem de nós enquanto lhes fazemos falta. Mas ela anda embriagada e enquanto este estado não passar, será difícil de a convencer. Só espero que a mente não se transforme em dependente dessa embriaguez.

1 comentário:

Anónimo disse...

No momento em que o escravo decide que não quer ser escravo, suas correntes caem ao solo. Se libera e mostra aos outros como fazê-lo. A liberdade e a escravisão são estados mentais. (Mahatma Gandhi)