Caros leitores assíduos
Hoje apetece-me falar de preferências.
Toda a gente, ou pelo menos aqueles que achamos que têm o direito de se chamar "gente" tem preferências. Evidentemente que existem aqueles que gostaríamos de acreditar que podem preferir, mas esses limitam-se a seguir o que lhes é imposto e a servir para nos entreter na hora do telejornal e a fazer acreditar o nosso ego ocidental que somos muito benévolos. Que chatice! Lá estou eu a divagar do tema proposto.
Voltando ao tema do dia, preferências, todos temos. Existe em cada um de nós aquele pequeno-almoço que não sabe de outra maneira em mais lado nenhum ou aquela cor que brilha apenas daquela maneira ou aquele gesto que mais ninguém repete.
Sobre pequenos-almoços, eu por mim continuo a ter o meu pequeno-almoço preferido naquele quiosque. Bola de Berlim e leite frio com um café no fim. "António, tira lá o café se faz favor!". Rodeado daqueles que me trataram como sendo um dos seus e que certamente chamarei sempre os meus. Daqueles que verdadeiramente acreditaram e comeram o pão a saber a merda. Os que sabiam que havia um ombro em cada esquina e que as hienas têm sorrisos tão brilhantes como mortais. Também a eles tenho de agradecer, a sueca, o mata-bicho e a força para continuar.
Também nessa altura existiam cores, mais ou menos verdadeiras ou puras. Aliás, acho que as cores sempre existiram e sempre existirão. No entanto, foi mais tarde, muito mais tarde que uma cor verdadeiramente pura chegou.
Tão verdadeira como inesperada.
Tão pura como viciante.
Como se todos os arco-íris, de todos os planetas, de todas as galáxias se juntassem para se transformassem num único instante de beleza. Um instante tão intenso, tão irrepetível, tão extraordinariamente belo que me deixa completamente dependente da sua existência e da sua aparição. Como se todos os meus órgãos apenas exercessem as suas funções dependentes desse brilho. Claro que como todos os momentos extraordinários, também sei que este existirá apenas o tempo suficiente para tornar cada vez mais insuportável o ciclo entre o prazer da sua presença e a depressão da sua ausência. Até ao instante em que não surgirá mais. A partir daí, todas as outras cores parecerão meras imitações de algo tão perfeito, tão puro, tão verdadeiro que servirão apenas para aumentar a saudade dessa cor preferida.
Chegámos aos gestos preferidos. Existem tantos gestos que me são queridos. Podia ser segurar o cachecol, o abanar o pescoço ao som de um qualquer hino de heavy metal ou a partilha da loira fresca com qualquer amigo. Mais recentemente também passou a ser importante o segurar nas mãos dos herdeiros, enquanto lhes ensino qualquer coisa, das poucas que lhes posso passar... Mas o meu gesto preferido é mesmo a partilha da verdade. Seja com os leitores assíduos, com a mente maldita ou com qualquer outro ser existente neste lugar aplanado por Deus e arredondado por Galileu.
Hoje apetece-me falar de preferências.
Toda a gente, ou pelo menos aqueles que achamos que têm o direito de se chamar "gente" tem preferências. Evidentemente que existem aqueles que gostaríamos de acreditar que podem preferir, mas esses limitam-se a seguir o que lhes é imposto e a servir para nos entreter na hora do telejornal e a fazer acreditar o nosso ego ocidental que somos muito benévolos. Que chatice! Lá estou eu a divagar do tema proposto.
Voltando ao tema do dia, preferências, todos temos. Existe em cada um de nós aquele pequeno-almoço que não sabe de outra maneira em mais lado nenhum ou aquela cor que brilha apenas daquela maneira ou aquele gesto que mais ninguém repete.
Sobre pequenos-almoços, eu por mim continuo a ter o meu pequeno-almoço preferido naquele quiosque. Bola de Berlim e leite frio com um café no fim. "António, tira lá o café se faz favor!". Rodeado daqueles que me trataram como sendo um dos seus e que certamente chamarei sempre os meus. Daqueles que verdadeiramente acreditaram e comeram o pão a saber a merda. Os que sabiam que havia um ombro em cada esquina e que as hienas têm sorrisos tão brilhantes como mortais. Também a eles tenho de agradecer, a sueca, o mata-bicho e a força para continuar.
Também nessa altura existiam cores, mais ou menos verdadeiras ou puras. Aliás, acho que as cores sempre existiram e sempre existirão. No entanto, foi mais tarde, muito mais tarde que uma cor verdadeiramente pura chegou.
Tão verdadeira como inesperada.
Tão pura como viciante.
Como se todos os arco-íris, de todos os planetas, de todas as galáxias se juntassem para se transformassem num único instante de beleza. Um instante tão intenso, tão irrepetível, tão extraordinariamente belo que me deixa completamente dependente da sua existência e da sua aparição. Como se todos os meus órgãos apenas exercessem as suas funções dependentes desse brilho. Claro que como todos os momentos extraordinários, também sei que este existirá apenas o tempo suficiente para tornar cada vez mais insuportável o ciclo entre o prazer da sua presença e a depressão da sua ausência. Até ao instante em que não surgirá mais. A partir daí, todas as outras cores parecerão meras imitações de algo tão perfeito, tão puro, tão verdadeiro que servirão apenas para aumentar a saudade dessa cor preferida.
Chegámos aos gestos preferidos. Existem tantos gestos que me são queridos. Podia ser segurar o cachecol, o abanar o pescoço ao som de um qualquer hino de heavy metal ou a partilha da loira fresca com qualquer amigo. Mais recentemente também passou a ser importante o segurar nas mãos dos herdeiros, enquanto lhes ensino qualquer coisa, das poucas que lhes posso passar... Mas o meu gesto preferido é mesmo a partilha da verdade. Seja com os leitores assíduos, com a mente maldita ou com qualquer outro ser existente neste lugar aplanado por Deus e arredondado por Galileu.
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