Atravessamos tempos em que cada um de nós necessita de se transformar numa personagem diferente daquilo que realmente é. Esta necessidade de transformação fica a dever-se a inúmeras circunstâncias da vida. Não tenho a ambição de dissertar sobre todas as razões que nos levam a tomar tais atitudes mas queria expor algumas.
A inveja dos outros, a insegurança no que se é, a vergonha do que se é ou a ambição de ser são apenas algumas dessas razões.
Em muitos casos existem entre nós, aqueles que fazem tudo por parecer como acham que os outros querem que eles sejam. Vestem peles de duros ou sensíveis, fortes ou fracos, hetero ou homossexuais consoante aquilo que esperam que outros pensam que eles sejam. Quantos exemplos de carreiras disto ou daquilo porque os país quiseram, casamentos e filhos neste mundo porque é o que é correcto, atitudes mais ou menos cruéis porque é o que esperam de mim?
Claro que estas diferenças se alteram com o tempo, com a interlocução social podemos dizer com a vida. Torna-se evidente que aqueles que conseguem "sair do armário" transformam-se em pessoas melhores pois deixam de viver num conflito permanente de interesses interiores.
Sendo que os espectáculos existentes na nossa sociedade são construções exageradas da vida que levamos e que pessoalmente gosto da maior parte dos tipos de espectáculos (excepto os que metam os chamados "animais irracionais" e a violência sobre os mesmos) é sempre um choque quando temos uma personagem que é imbatível, vencedora, brutal e descobrimos da pior maneira ser um homem fraco, cheio de problemas. Torna-se sempre uma tristeza ver alguém jovem, com família incluindo filhos, desperdiçar a vida morrendo de uma forma estúpida e insignificante.
No espectáculo deu-nos grandes momentos de diversão, na vida não conseguiu fazer o mesmo. Tal como muitos dos que não estando no espectáculo mas gostando de o dar, tornam-se artistas mas na vida não deixam nada a não ser choque e dor para os mais próximos.
Escrito a pensar no homem EddieFatu e na personagem o grande Umaga.
Ingredientes: Pão duro Leite quente com café Manteiga de vaca Açúcar Amor de Mãe
Confecção: Parte-se o pão duro que existe. Aquele que vai sobrando de um dia para o outro. Junta-se o leite quente. Aquele leite de vaca que tinha de se ferver antes de se usar e que fazia uma nata grossa. No leite põe-se café. Aquele de cevada, o tal do gostinho especial. No topo de tudo, polvilha-se o açúcar. Aquele branco, que engrossava com a humidade e que era uma aventura parti-lo. No fim, separa-se uma colher de manteiga de vaca. Aquela dura e salgada que sabia realmente a manteiga e espera-se que derreta.
Junta-se tudo com amor de Mãe. Aquela que não conseguimos descrever, nem nunca lhe dizer o quanto é importante para nós. Aquela que sabemos estará sempre ao nosso lado e nós perdoará todos os pecados que cometamos.
Com uma colher de sopa, um olho na tigela e outro nos desenhos animados, deseja-se que o momento dure para sempre.
Nem sempre principio tem de ser igual a inicio. Há dias em que principio é igual a novidade, em que a diferença acontece e se agradece. Quando algo novo surge, estranhamos a possibilidade de termos existido nesta ignorância. Questionamos a razão de nos rotinarmos e de nos fecharmos ao desigual.
Quando percebemos que estamos sempre à beira do fim mas que enquanto estamos na beira temos continuamente novas oportunidades, aproveitamos melhor aquilo que nos dão e agradecemos aos que existiram e aos que existem a possibilidade da partilha.
A experiência é sempre nova. Cada olhar é diferente cada respiração trás me novos motivos de inspiração. Cada verdade é única e cada beijo é eterno. Não me quero fechar naquilo que sei ou que conheço. Quero me descobrir, quero descobrir te, quero que me descubram.
Não sei se aqui e agora é um momento tão apropriado com foi o ali atrás mas só tenho este aqui e este agora. Consegues criar outro? Será que desejas criar outro? Ou este aqui e este agora são os que desejas ter?
As novas experiências acontecem... Só temos de esperar por elas.
Passeava pelos cantos da minimal existência que carrego em cima dos ombros, quando alguém que consegue comunicar comigo me dizia "porque?". Ficou cá dentro a picar essa expressão ou pelo menos picava nos intervalos das picadas sem importância nenhuma com que me vão picando a existência.
"Porque" é que não escreves sobre a realidade? e "Porque" é que escreves sem significado nenhum?
A realidade? mas como?
A realidade é triste, redonda, injusta, infeliz, estúpida, egoísta e acima de tudo insensível. A realidade não existe. Como poderia escrever sobre essa realidade? Num mundo em que há mais do que suficiente para todos e muitos temos muito mais do que alguma vez precisaremos enquanto muitos mais outros nunca terão sequer hipóteses de ser. Que vergonha! Tenho vergonha de estar nesta realidade.
Num país em que os temas são ferros velhos, casamentos gays, escutas e outros temas mais ou menos alucinogénios. Queres que escreva sobre isto? não quero, não posso, não consigo.
Numa existência em que se premeiam os falsos, em que se promove a mentira, em que se esquece o amor, em que se torturam as pessoas, em que se mata a imaginação, queres que escreva sobre isto?
Não!
Prefiro escrever sobre amor, paixão, partilha, momentos de felicidade, ser único, ser especial. Sobre estrelas e flores, sobre sol e lua, sobre respiração ofegante, sobre o dizer "pára" para continuar, sobre o imaginar a aventura seguinte, sobre o estar juntos, sobre os sentidos, sobre o que sentes, sobre o que sinto, sobre "o amor e uma cabana", no fundo sobre tudo o que me enche a imaginação.
Para ti que gosto de desafiar, por ti que me fazes ir mais longe, não é sobre isto que devíamos procurar encontrar o caminho certo?
Para ti que gosto de desafiar, por ti que me fazes ir mais longe, não seria isto que procurávamos?
Procurava nas asas da noite a sensação, aquela sensação. O medo de se dar, o receio de a receber, a luta consigo contra si.
Procurava no brilho do dia o desejo, aquele desejo, o ir sem querer voltar, o sentir-se único a dois, a partilha da perfeição.
Procurava na força do músculo a vontade, aquela vontade, o respirar o ar do outro, o gemido único do prazer, a fonte interminável de querer.
Procurava no segundo seguinte os lábios, aqueles lábios, únicos pelo carinho, desejados pelo calor, possuídos sem pertença.
Procurava no olhar, a esperança, a eterna esperança, do momento, daquele momento, do único momento, em que por momentos seriam partilhados todos os momentos.
Procurava na dor, a realidade, aquela realidade, esquecida, passada, lembrada, presente, continua, imortal, irreal.
Quando o sol nascia naquele monte, reflectia nas velhas pedras daquele moinho a luz que nos guiava. O sol nascia todos os dias mas o tempo que cada um via era diferente. Esse tempo dependia da forma como cada um enquanto individuo e cada um enquanto parte do bando conseguia libertar-se.
Á volta do moinho surgiram 4 ruas, 340 casas, umas quantas mais vidas e incontáveis sonhos. Como em todos os sonhos de todas as vidas, existia naquela rua um herói. Alguém com mais confiança, alguém com mais vontade, alguém com mais força, alguém com mais carisma, alguém...
Ele era perfeito. Quando todos éramos corredores, ele era o Carlos Lopes. Quando todos éramos jogadores, ele era o Maradona. Quando todos éramos hoquistas, ele era o Xana. Quando todos éramos saltadores, ele era o Bubka. Quando todos éramos ciclistas, ele era o Agostinho. Quando todos éramos cowboys, ele era o John Wayne.
Tudo à volta do moinho. Naquele espaço, no seu espaço ele era o rei e nós assim o queríamos. Era dele que todos queriam ser amigos. Era com ele que todos queriam estar. Era na escada dele que nos juntávamos todos e era dele a palavra final sobre todos os assuntos.
Também era ele que nos protegia. Protegia-nos dos outros, protegia-nos uns dos outros e principalmente ensinou-nos a proteger-nos uns com os outros. Ele era o nosso herói, o maior, o mais mau, o mais importante de todos.
Contudo quando os sonhos se desvanecem e a realidade se clarifica, o nosso herói conheceu uma heroína. Longe do monte, longe do moinho, longe de nós ela transformou-o.
Foi por ela que nos trocou. Foi por ela que desapareceu. Foi por ela que nos fez sofrer. No fim, foi ela que o fez voltar. Voltou de moletas, mas voltou. Voltou a pedir, mas voltou. Voltou a morrer, mas voltou. Era só isso que queríamos, que voltasse.
Foi ela que o fez partir mas foi ela que nos partiu a todos. Foi por ela que acabou os seus dias dentro do velho moinho, despedaçado, amordaçado mas junto dos seus, junto de nós.
Ela levou-o mas ele deixou-me a sua força, a sua vontade, a sua capacidade de dizer que não. Foi nele que sempre arranjei forças para continuar. É ele que me fala nos momentos em que a palavra "desistir" vem à cabeça.
Na terra do vale tudo julgamos os outros pelas atitudes que cometemos.
Na terra do vale tudo cada um espera que o outro se comporte como o fazemos.
Na terra do vale tudo esquecem-se os valores e os princípios.
Na terra do vale tudo não interessa a pessoa. Interessa o que ela representa e a oportunidade que cria.
Na terra do vale tudo a mentira é a verdade de cada dia.
Na terra do vale tudo há carros descapotáveis, roupas com marca, jóias preciosas e riquezas impensáveis.
Na terra do vale tudo cada um espera que lhe façam o mesmo que faz aos outros. Compreendes porque cada cada vez tenho mais saudades da terra que não vale nada.
Na terra que não vale nada aceitamos os outros pelo que são e pelas suas diferenças.
Na terra que não vale nada esperamos que cada um se comporte como se sente melhor.
Na terra que não vale nada ganham-se os valores e os princípios em cada dia.
Na terra que não vale nada cada um interessa porque cada um é tanto como qualquer outro.
Na terra que não vale nada espera-se que a verdade de cada dia se transforme noutra coisa qualquer.
Na terra que não vale nada a maior riqueza é o tempo. O tempo que existe entre as pessoas.
Na terra que não vale nada o que cada um de nós necessita é de mais tempo para tomar conta do outro.
Por isso só podíamos estar juntos na terra que não vale nada.
Desculpa mas enganei-te toda a vida. Enganei-te pois pensei que tinha nascido junto dos humildes e que tu me tinhas ajudado a quebrar essa espiral de miséria.
Desculpa mas enganei-te toda a vida. Enganei-te pois agora que encontro gente humilde não as consigo reconhecer. Gente que tem mais mas não tem o mais importante. Gente que vive no mundo da mentira, da falsidade e rodeadas de pessoas hipócritas e que esquecem o ontem porque pensam que amanhã serão diferentes.
Desculpa mas enganei-te toda a vida. Enganei-te pois queria fazer-te acreditar que no fim o amor venceria. Não, não vence. Quem vence sempre é a mentira e a falsidade. Provavelmente tudo isto é uma mentira até eu, até tu mas principalmente nós.
"Se os Motorhead forem morar para o teu prédio, a relva vai ficar amarela!"
No tempo em que se aprendia a ouvir música e a definir personalidades com um aparelho roufenho e um programa de Sábado à tarde, a tua voz ensinou-me o valor da escolha diferente e livre.
I hate people that make ya feel small I hate having my back against the wall I hate bein' talked down to I hate your rules I hate'em all hate bein' marked to take the fall planet's not big enough for me and you
Nos dias em que os minutos têm mais segundos, perdemos a noção dos momentos. Aqueles espaços em que desejaríamos que tudo permanecesse imutável e invariável. Nestas jornadas que ocorrem presentemente, nesta vida que descrevo, tudo é pressa e tudo é depressa.
Desde a pressa de acordar até à pressa de adormecer não existem outros instantes. Engole-se qualquer coisa em qualquer momento de qualquer esquina e vive-se ou sobrevive-se depressa. Seja pelo que se fez mas principalmente pelo que se devia ter feito, a vida vai passando a correr.
Momentos de prazer, simples, puros e despreocupados não existem. Existe intensidade sem interesse, existe persistència sem preocupação, existe pressão sem noção mas não existe humanismo nem respeito por si próprio.
Os momento em que a demora de chegar ao seguinte é infinitamente maior do que a demora que o anterior levou são tão raros como uma andorinha no inverno. Anseio por desfrutar. Apenas desfrutar o momento, o instante. Sem o antes nem o depois apenas com o agora.
Quando retornarem esses momentos, reencontrarei a paz e estarei mais perto da terra dos sonhos.
Sim a do Palma aquela onde posso ser quem eu sou, que ninguém me leva a mal.
A única coisa que tenho para ganhar nesta vida é tempo para perder.
Ouvi dizer que apenas um coração bom consegue sentir amor verdadeiro. Ando a tentar descobrir o que tive, o que tenho e o que talvez algum dia tenha...
Se não tivesse ido para a escola, teria menos coisas fúteis. Se não tivesse ido para a escola, teria tempo para as coisas importantes. Se não tivesse ido para a escola, não saberia tantas definições de coisas. Se não tivesse ido para a escola, saberia que há coisas que não têm de ter definição. Se não tivesse ido para a escola, eu não seria. Se não tivesse ido para a escola, apenas seria eu. Se não tivesse ido para a escola, o mundo não pareceria tão incompleto.
A única coisa que aprendi na escola foi que não podemos usar justiça, lógica e amor na vida.
Mais valia não ter ido para a escola. Preferia ser ignorantemente feliz a ser conscientemente triste.
Agora, depois da escola até já desconfiamos do amor, da bondade, do carinho, do outro. A escola ensina-nos que é mais fácil detestar o outro.
Por isso, para quem andou na escola, façam o favor de me detestar. Eu ainda não consegui atingir esse ponto mas hei-de lá chegar e hei-de conseguir detestar mais pessoas do que ama-las.
No dia 04 de Outubro relembra-se na fé cristã S. Francisco de Assis.
Claro que interpretarmos as Suas mensagens e orações da forma como quisermos mas para mim faz todo o sentido nos tempos que correm a seguinte oração que Ele já cego ditou. Para todos vós que encaixam nesta oração, Benditos sejam:
Benditas sejam as dificuldades que nos agridem e fazem pensar.
Benditas sejam as horas que gastamos em função do bem eterno.
Bendito seja quem nos maltrata à primeira vista e nos ajuda a melhorar.
Bendito seja quem não nos conhece e não acredita em nós.
Bendito seja quem nos compara com vagabundos e indolentes.
Bendito seja quem nos expulsa, como párias ou fanáticos.
Bendito seja a mão que nos nega o cumprimento.
Bendito seja quem quer nos esquecer, impaciente.
Bendito seja quem nos nega o pão de cada dia.
Bendito seja quem nos ataca por ignorância e covardia.
Bendito seja quem nos experimenta no correr do tempo.
Bendito seja quem nos faz chorar nos caminhos.
Bendito seja quem não agrada no momento.
Bendito seja quem exige de nós a perfeição.
Benditos sejam os que nos maltratam o coração porque, verdadeiramente, são estes, meus filhos, os nosso vigilantes e os que nos ajudam a seguir o Cristo com maior segurança, pois Deus, através deles, nos ajuda na auto educação, de maneira que fiquem abertas todas as portas para o Amor Universal.
Evidentemente que esta oração serve de agradecimento a todas aquelas pessoas que com os desafios mais ou menos honestos que colocam, me fazem crescer enquanto ser e cada vez mais acreditar que o caminho da verdade é sempre o mais correcto.
Lá fora estão duas bandeiras que como por magia agitam-se em sentidos contrários. Voam cada uma para cada lado. O vento carrega-as de diferentes maneiras, escolhendo para cada uma delas um destino diferente.
Não sorrias.
Aqui dentro estão duas camas separadas. Para que cada uma tenha uma historia independente da sua companheira. Para que no sentido individual da partilha, o dar e o receber sejam apenas gestos egoístas.
Não sorrias.
Entre o lá fora e o aqui dentro fica o caminho a percorrer. O percurso entre o que já foi, o que simplesmente é e o que nunca será.
Sorri
No mar vi-te. Entre a força das ondas e a paz da baía fizeste-me entender que afinal as bandeiras voam juntas, a cama é unicamente nossa e o "é" torna-se no que cosmicamente foi definido para ser.
Não sou muito de homenagens, mas não posso deixar passar.
Nasceu em 1963 e entrou na minha vida em 1987.
Algures nos campos da Damaia, todos queríamos ser o Michael Jordan.Os ricos e os pobres, os brancos e os negros juntavam-se todos e esqueciam as diferenças, para tentar imita-lo.
Foi uma fonte de inspiração. Vê-lo jogar, madrugada atrás de madrugada foi um prazer.
Não sei se foi o melhor jogador de sempre. Também não é assim muito importante.
Importante é ter sido o melhor jogador que conseguiu. Isso para nós sempre foi mais que suficiente.
Agora entra no Hall ofFame.
Continua a ser uma inspiração. Basta ouvir a ultima frase deste discurso...
Foi o ultimo sonho da minha vida que cumpri. Ter umas botas ténis iguais às do Air Jordan.
No vídeo seguinte está uma jogada que ele faz num jogo memorável. Finais de 1998 contra os Utah. Jogo 6. ScottiePippen, o sargento-mor está lesionado e faz apenas 8 pontos. Michael Jordan joga com 40 graus de febre e faz 45 pontos (de 87 da equipa) e uma ultima jogada em que a perder por 1 ponto, rouba a bola e a 16 segundos do fim resolve. Reparem que nem festeja a jogada com a doença. Claro que vi em directo e nunca mais esqueci...
Mais algumas jogadas mais do que para recordar, para glorificar.
Um pouco do CV do Senhor.
Campeão da NBA - Chicago Bulls - 1991, 1992, 1993, 1996, 1997 e 1998. Eleito o melhor jogador da liga universitária dos EUA - 1984. Eleito rokie do ano na NBA - 1985. Eleito Defesa do ano na NBA - 1988. Recorde de pontos consecutivos num jogo na NBA - 22 pontos contra os Atlanta Hawks - 16/04/1987. Eleito MVP da NBA - 1988, 1991, 1992, 1996 e 1998. Maior número de desarmes na temporada - 1988, 1990 e 1993. Maior número de pontos em uma única partida de playoffs - 69 pontos contra os Boston Celtics - 28/03/1990. Eleito um dos 50 maiores jogadores da história da NBA 2 vezes campeão do concurso de afundanços na NBA - 1987 e 1988. Maior marcador dos Chicago Bulls - 29.277 pontos. Terceiro maior marcador da história da NBA - 32.292 pontos (superado apenas por KareemAbdul-Jabbar, e Karl Malone). Média de 30,1 pontos por jogo na carreira, a maior da história da NBA ao lado de WiltChamberlain. Medalha de ouro nas Olimpíadas - 1984 e 1992. Recorde de mais pontos num único período numa final de campeonato - 35 pontos contra os PortlandTrailBlazers no jogo 1 da final de 1992
Nesses tempos no paraíso, Deus tinha dado a liberdade a cada uma das suas criações para serem livres e viverem de acordo com o desígnio natural. A história que vos conto tem como personagens além de Deus, o rato e a serpente.
O rato vivia no final da cadeia alimentar e tinha como objectivo de vida a manutenção do equilíbrio entre todas as espécies. Utopicamente acreditava que era possível viverem felizes, respeitando a diferença de cada um, naquele lugar idílico. Procurava durante a vida fugir do seu temível fim, que inevitavelmente seria servir de refeição a algum ser hierarquicamente superior na cadeia.
A serpente era um ser superior. Idolatrado por muitos, estava no topo da cadeia alimentar e tinha como principal objectivo o domínio da sua espécie sobre todas as outras. Procurava durante a vida que todos os seres rastejassem perante si.
A vida do rato passava-se entre fugas e esconderijos em buracos, enquanto a serpente passava o seu tempo na eliminação de outros seres e na continua procura de crescimento.
Certo dia o rato encontrou um ninho de serpentes em que a matriarca se encontrava ferida e sem possibilidades de prosseguir a sua missão de domínio da serpente. O primeiro instinto do rato foi fugir. No entanto, lembrava-se das palavras de Deus que lhe dizia que se deviam auxiliar sempre os outros seres do paraíso para que o equilíbrio se mantivesse.
Voltou aterrorizado e iniciou a sua ajuda. Olhou nos olhos da serpente e por alguma razão inexplicável havia algo que o levava a confiar que seria diferente. Auxiliou a serpente e as suas serpentezinhas, durante tempos que pareciam infindáveis a recuperar do mal que as afectava e que muito tinha a ver com o rápido crescimento do seu domínio.
Existiram alturas em que teve medo mas nessas pensava que apenas estava a cumprir a palavra de Deus. Quando tinha momentos de verdadeira vontade de desistir e deixar as serpentes à sua triste sorte, recordava-se dos olhos da serpente mãe enquanto lhe pedia ajuda e lhe dizia que não existiram mais guerras com ratos.
Para ele nada era mais importante do que satisfazer Deus. Chegou o tempo em que sentiu que tinha atingido a consideração daquelas serpentes e que pelo menos elas não fariam dele o seu prato principal.
As serpentes foram recuperando e chegou a altura em que o rato já nem necessitava de lá estar. No entanto, continuava na sua missão de auxílio.
Chegou o dia que ao chegar ao ninho, sentiu uma picada nas costas. Tinha acontecido o que esperava. A matriarca já não necessitava dele e tinha voltado à sua ambição de crescimento e domínio, sendo que como exemplo para as suas serpentezinhas o primeiro que seria dizimado seria o rato.
O rato enquanto definhava não se arrependia, nem tinha qualquer mágoa. Olhava nos olhos da serpente e pareceu-lhe ver uma lágrima. Sabia que era apenas uma sensação, pois como ele sabia, Deus não tinha dado lágrimas as serpentes e como tinha descoberto com a picada, mesmo que tivesse dado lágrimas não lhes tinha dado qualquer tipo de sentimentos.
No fim tinha cumprido a missão que Deus lhe tinha dado e era isso que o consolava. Apenas tinha pena dos outros ratos que seriam dizimados por aquelas serpentes que ele tinha ajudado a manter.
Sabia que apesar dos seus esforços, os ratos nunca viveriam em paz com as serpentes.
A minha força vem de todos aqueles que estando ao meu lado, não o estavam. A minha força vem de todos os que nada tinham. A minha força vem de todos os que comiam pão com ranho. A minha força vem de todos os que conheciam apenas porrada e desprezo. A minha força vem de todos os que nunca saberão que nunca os esquecerei. A minha força vem de todos os miudos da classe de 79. A minha força vem por todos nós.
Porque nós somos aqueles que temos orgulho e não renagamos o que somos. Porque nós somos a força deste mundo. Porque somos, fomos, seremos e não esquecemos nem mudamos.
Aqui sozinho vejo a negra luz da noite. Brilhante como os olhos do mocho recordo os instantes que virão e prevejo o que passou. Antecipo nos acontecimentos idos os que hão de vir.
Solução. Vejo a solução. Golo. Sonho com o golo. Oiço as palavras finais.
Amor Saudade Olhos Distância Adeus
Deus Até já Ai mãe Mãe Ajuda-me Sempre Mãe
Sonho Já acabou? não, volta para mim sim, agora não, fica sim, aqui não, fim sim, a sério não me deixes nascer
Era apenas mais um dia aquele em que, como todos os outros o alarme soa. Soou e como em todos os outros dias, naquele que era apenas mais um, entre o sobressalto do fim de um sonho e o assustador recomeço da realidade, tocou-lhe.
Sendo aquele apenas mais um dia igual aos outros, começou a sua constantemente igual rotina. Começaram as decisões do dia. Seria branca a camisa ou Seria a camisa branca? Seriam pretas as calças ou Seriam as calças pretas? e Seria azul a gravata ou Seria a gravata azul?
Entre pentes gastos, dentifricos usados e perfumes habituais sentiu que estava na altura de tornar aquele um dia diferente de todos os outros. Sentia uma força interior que lhe dizia que era possível, que em qualquer altura é possível recomeçar tudo de novo e que nada daquilo era seu.
O ódio que era obrigado a sentir, a amargura que lhe impunham, todas aquelas comprometedoras falsidades que se instalavam tinham de acabar. Não queria viver na obscuridade do irreal nem queria pertencer ao grupo dos que atingem todos os seus fins.
Decidira naquele instante em tornar aquele dia apenas em mais um dia em que viveria de bem consigo. Tinha passado a muito o seu limite. Nunca tinha ambicionado aquele sensação de protagonista principal numa historia que não era a sua.
Não suportava mais a indiferença, a gestão do sentimento, a sensação de usado e de manipulador mas principalmente o egoísmo. Aquele sentimento que tinha de que ninguém se preocupava com o outro. Preocuparem-se mas apenas por obrigação, como meio de atingir o seu fim.
Naquele instante, passaram-lhe os tempos em que se preocupava com os outros. Das manifestações, dos concertos contra a guerra, contra a fome, contra o apartheid, contra a Indonésia, para libertar o Mandela, o Xanana e afins. Esses tempos já lá tinham ido mas isso não era razão para se transformar num vampiro como a maior parte dos outros que estiveram lá.
Ia mudar de vida, estava decidido. Demorasse o tempo que demorasse, ia mudar e deixar o passado, o presente e principalmente o futuro para quem ambicionava.
Descobri que atitude rima com interesse Descobri que interesse rima com oportunidade Descobri que oportunidade rima com sucesso Descobri que sucesso rima com falsidade Descobri que falsidade rima com infelicidade Descobri que infelicidade rima com conselhos Descobri que conselhos rima com acreditar Descobri que acreditar rima com Deus Descobri que Deus rima com perfeito Descobri que perfeito rima com sorte Descobri que sorte rima com trabalho Descobri que trabalho rima com infinito Descobri que infinito rima com único Descobri que único rima com papel Descobri que papel rima com mentira Descobri que mentira rima com atitude
Não me resta nada, sinto não ter forças para lutar, É como morrer de sede no meio do mar e afogar, Sinto-me isolado, com tanta gente à minha volta, Vocês não ouvem o grito da minha revolta. Choro a rir, isto é mais forte do que pensei, Por dentro sou um mendigo que aparenta ser um rei. Não sei do que fujo, mas esperança pouca me resta, É triste ser tão novo e já achar que a vida não presta. As pernas tremem, o tempo passa, sinto o cansaço, O vento sopra, ao espelho vejo o fracasso, Dia amanhece, algo me diz para ter cuidado, Vagueio sem destino, nem sei se estou acordado. Sorriso escasseia, hoje a tristeza é raínha, Não sei se a alma existe, mas sei que alguém feriu a minha. Às vezes penso se algum dia serei feliz, Enquanto oiço uma voz dentro de mim que me diz...
Mantém-te firme, quando pensares que não consegues lutar, que o mundo vai acabar, ouve a voz dentro de ti! Mantém-te firme, não te esqueças que podes sempre escolher, ninguém te pode vencer, usa a força dentro de ti!
Mantém-te firme, quando pensares que não consegues lutar, que o mundo vai acabar, ouve a voz dentro de ti! Mantém-te firme, não te esqueças que podes sempre escolher, ninguém te pode vencer, usa a força dentro de ti!
Não há dia que não pergunte a Deus, porque é que nasci, Eu não pedi, alguém me diga o que faço aqui, Se dependesse de mim teria ficado onde estava, Onde não pensava, não existia, não chorava, Sou prisioneiro de mim próprio o meu pior inimigo, Às vezes penso que passo tempo demais comigo. Olho para os lados não vejo ninguém pra me ajudar, Um ombro para me apoiar, um sorriso para me animar. Quem sou eu? Para onde vou? Donde vim? Alguém me diga porque é que me sinto assim. Sinto que a culpa é minha, mas não sei bem porquê, Sinto lágrimas nos olhos mas, ninguém as vê. Estou farto de mim, farto daquilo que sou, farto daquilo que penso. Mostrem-me a saída deste abismo imenso. Pergunto-me se algum dia serei feliz, Enquanto oiço uma voz dentro de mim que me diz...
Mantém-te firme, quando pensares que não consegues lutar, que o mundo vai acabar, ouve a voz dentro de ti! Mantém-te firme, não te esqueças que podes sempre escolher, ninguém te pode vencer, usa a força dentro de ti!
Mantém-te firme, quando pensares que não consegues lutar, que o mundo vai acabar, ouve a voz dentro de ti! Mantém-te firme, não te esqueças que podes sempre escolher, ninguém te pode vencer, usa a força dentro de ti!
Tento não me ir abaixo mas, não sou de ferro, Quando penso que tudo vai passar, parece que mais me enterro, Sinto uma nuvem cinzenta que me acompanha onde estiver, E penso para mim mesmo, será que Deus me quer? A vida é uma granda merda, e depois a morte, Cada um com a sua sina, cada um com a sua sorte. Não peço muito, não peço mais do que tenho direito, Olho para trás e analiso tudo o que tenho feito. E mesmo quando errei foi a tentar fazer bem, Não sei o que ódio, não desejo mal a ninguém. Há-de surgir um raio de luz no meio da porcaria, Porque até um relógio parado está certo duas vezes por dia! Vou aguentando, a esperança é a última a morrer, Neste jogo incerto que resultado, não posso prever, E quando penso em desistir por me sentir infeliz, Oiço uma voz dentro de mim que me diz...
Mantém-te firme, quando pensares que não consegues lutar, que o mundo vai acabar, ouve a voz dentro de ti! Mantém-te firme, não te esqueças que podes sempre escolher, ninguém te pode vencer, usa a força dentro de ti!
Mantém-te firme, quando pensares que não consegues lutar, que o mundo vai acabar, ouve a voz dentro de ti! Mantém-te firme, não te esqueças que podes sempre escolher, ninguém te pode vencer, usa a força dentro de ti!
Mantém-te firma ya....
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Mantém-te firme, quando pensares que não consegues lutar, que o mundo vai acabar, ouve a voz dentro de ti! Mantém-te firme, não te esqueças que podes sempre escolher, ninguém te pode vencer, usa a força dentro de ti!
Mantém-te firme, quando pensares que não consegues lutar, que o mundo vai acabar, ouve a voz dentro de ti! Mantém-te firme, não te esqueças que podes sempre escolher, ninguém te pode vencer, usa a força dentro de ti!
Para os malucos da bola como eu, esta altura é uma seca. Claro que não estou a falar do calor que tem provocado estragos ao nível da falta de agua. Obviamente que convém especificar que a bola neste caso é a também conhecida por redondinha, esférico, rapaqueca, etc.
Sim, para quem ainda não entendeu estou a falar de futebol.
Evidentemente que sendo este um blog do contra não vou comentar o CR 95 nem as suas proezas com as bolas.
Nesta altura em que não há jogos (estou a falar jogos a sério não os ditos amigáveis que servem tanto para matar o vicio como uma cerveja sem álcool satisfaz um alcoólico...) somos (sim, somos porque continuamos fanaticamente a seguir...) obrigados a ouvir as conferencias de imprensa do futebolez mais estupidificante que existe.
Eu particularmente gosto da frase:
"O jogador tem de ter vontade de querer vestir a camisola"
Chegado a este momento, resta-me analisar a conjugação da "vontade de querer"
Ora o jogador pode ter vontade mas não ter querer? ou pode ter querer não tendo vontade? mas o que raio é que isto quer dizer?
Se eu tenho vontade, quero, certo? Se eu quero, tenho vontade, certo? Eu não quero ter vontade nem tenho vontade de querer, pois não?
Estes tipos do futebol deviam limitar-se a jogar. Ou então deviam apenas dizer que estou muito feliz por aqui estar, vou trabalhar muito e que o treinador, presidente, clube, porteiro e apanha bolas são todos muito simpáticos...
Quando fecho os olhos vejo um caminho de terra feito pelo pisar repetido de quem vai e vem sempre com o mesmo destino mas sem ter destino algum. Quando fecho os olhos vejo um copo saído numa qualquer promoção a rolar até à porta feita por um qualquer pregador. Quando fecho os olhos vejo um buraco real feito pela imaginação de trampolim vermelho por muitos saltos mais ou menos olímpicos. Quando fecho os olhos vejo lá no alto uma pequena janela com uma inesquecivelmente leonina imagem. Quando fecho os olhos vejo um índio de pernas abertas a lutar num remoinho provocado pela água de um chafariz distante. Quando fecho os olhos vejo um sol silenciosamente cheiroso e muitos silêncios brilhantemente ruidosos. Quando fecho os olhos vejo leite-creme chantilly bongo gelado de morango natas bacon fiambre e queijo. Quando fecho os olhos vejo uma luz que me orienta que me indica o sentido e que me diz que existe. Quando fecho os olhos vejo dignidade igualdade fraternidade respeito lealdade e amor. Amar.Te Quando fecho os olhos vejo o infinito sempre numa aceleração constante para que ninguém diga que lhe conheceu o fim. Quando fecho os olhos vejo a minha loucura. Quando fecho os olhos vejo te. A ti. Sim tu que partilharás comigo aquele momento único de fusão e de verdade entre o passado o presente e o futuro. Tu sabes quem és e onde estás. Quando fecho os olhos vejo que estarás lá quando nesse momento fechar os olhos. A partir daí veremos juntos.
Dear mother Dear father What is this hell you have put me through
Ele há alturas em que a vida faz pouco sentido. Ele há alturas em que a vida parece que nos trás menos do que merecemos. Ele há alturas em que a vida só nos trás desconfiança. Ele há alturas em que somos falsos e vingativos.
e depois há
METALLICA
Amanhã o sete faz-me sorrir muito e chorar muito mais...
Decidido que aquele seria o dia da mudança, saiu para a rua. Sentia o frio do metal a juntar-se com calor do asfalto, como quando o mais doce gelado se encontra com o mais suave chocolate derretido.
Inspirou o ar daquela madrugada. O Sol substituía suavemente a lua. Alternavam como os corpos dos amantes alternam em loucas danças de gemidos e prazer.
Sentia-se dono de si pela primeira vez na sua vida. Sentia que poder respirar aquele ar, naquela hora, naquele sítio completamente descomprometido consigo e com os outros fazia perceber que tudo era seu.
Já não existia inicio nem fim. Não existia pressa nem descanso. Não existiam problemas nem soluções. Existia apenas ele, a madrugada, o ar. Lá longe as luzes da cidade e os espíritos da madrugada. Aquela cidade que lhe tinha trazido tudo. As ruas, os monumentos, as torres, o parque, o cemitério, o porto, via tudo naquele instante de uma forma diferente. Os olhos turvavam-se quando pensava no fado, nas ginjas, nas sardinhas, nos manjericos, nas varinas, nos mercados, nas ruas e nas vielas. Sentia-se a saborear, a cheirar, a ouvir todos aqueles sentimentos, sentidos, prazeres naquele momento.
Á esquerda, Cristo. Pedia-lhe perdão por tudo. Pedia-lhe perdão por nunca ter pedido perdão a ninguém. Pedia-lhe que o amasse como ele nunca tinha amado ninguém. Pedia-lhe que lhe desse a coragem nunca teve. A coragem no seu momento de maior fraqueza de sempre. Pedia-lhe principalmente que enquanto Homem o entendesse nas suas fraquezas.
Á sua frente a foz do rio. O rio mais versejado de todos os rios. O rio mais cantado de todos.
O sol cada vez maior. O ar cada vez mais quente. A cidade cada vez mais viva. Cristo sempre parado a ver. O rio sempre a fugir e os espíritos a chamarem por ele.
I've been defeated and brought down Dropped to my knees when hope ran out The time has come to change my ways
On this day I see clearly everything has come to life A bitter place and a broken dream And we'll leave it all, leave it all behind
I'll never long for what might have been Regret won't waste my life again I won't look back I'll fight to remain:
On this day I see clearly everything has come to life A bitter place and a broken dream And we'll leave it all behind
On this day its so real to me Everything has come to life Another chance to chase a dream Another chance to feel Chance to feel alive
Fear will kill me, all I could be Lift these sorrows Let me breathe, could you set me free Could you set me free
On this day I see clearly everything has come to life A bitter place and a broken dream And we'll leave it all behind On this day its so real to me Everything has come to life Another chance to chase a dream Another chance to feel Chance to feel alive
Bem sei que ando com alguma falta de presença no mundo do éter, mas ando muito ocupado a pensar no futuro e isso retira-me lucidez no presente.
No presente, dei-me com a consciência do meio. Os vários meios: do caminho, da forma. Nestas ideias cruzadas, pensei na lealdade. Naqueles que são leais e generalizei para o conceito de lealdade. Chegados aqui, cá vai o conceito de lealdade deste aprendiz de escritor.
A lealdade será a característica de aceitar as atitudes, quer as suas quer as dos outros, sem juízos, sem preconceitos e principalmente sem a vontade de as mudar. No fundo, o amigo leal é aquele que nos dá o cigarro e não aquele que nos diz para não fumar. Não digo que o segundo é mais ou menos importante que o primeiro, mas o segundo não pode ser chamado de leal. Pode se dizer preocupado, querido, ajudante mas nunca leal.
Todos nós gostávamos (os mais sortudos têm) de ter alguém com quem podemos partilhar as nossas ideias, ideais, sentimentos, vontades sem que sejamos recriminados pelo outro. Isto para mim é a lealdade.
Juntando aqui o meio do caminho e chegamos a conclusão deste mero aprendiz de escritor. A conclusão de que as relações directas familiares raramente são leais. Os pais não contam com os filhos pois reservam-se por vergonha, por procurar que o outro seja melhor. Os filhos escondem-se dos pais pois não querem (ou esperam) nada mais que a recriminação.
Provavelmente chegamos a conclusão de que a lealdade é algo em vias de extinção. Muito pouca gente está disponível para ser ou estar connosco de uma forma despreconceituada e totalmente leal. A recriminação, o aconselhamento mais ou menos pedido e mais ou menos livre de interesse, os jogos de interesse existentes levam a cada vez menos atitudes leais.
Daí procuremos pessoas verdadeiramente leais. Aqueles que apenas nos aceitam e partilham connosco os momentos sem recriminações. Apenas na procura da partilha...
Gosto de pensar que quando estou, não recrimino. Aliás se estiver convosco e sentirem que não estou a ser leal, batam-me se faz favor!
Mas isto sou eu a pensar. Claro que pensar com uma mente demente é muito mais difícil. Fica um vídeo sobre lealdade.
Em cada manhã que passa vivemos de uma forma renovadamente intensa. Enchemos a mente com assuntos tão importantemente decisivos como inutilmente conclusivos. Sentimos que somos importantes, decisivos, fundamentais em assuntos, momentos, sentimentos sem qualquer relevância. Procuramos a solução para problemas tão importantes como inconsequentes, que resolvem apenas a felicidade interna de nos sentirmos. Esta intensidade consome, corroí, vicia é uma droga legal. Quando relaxamos sentimos falta como se necessitássemos dela para respirar. Nos momentos de relaxe, quando devíamos ser verdadeiramente importantes, decisivos, conclusivos limitamo-nos a ser viciados, dependentes, estúpidos, insensíveis.
Os momentos de relaxe trazem nos o confronto com essa realidade. Esses momentos apenas nos servem para percebermos os idiotas que nos transformamos. Passam-se com mais ou menos lucidez e com mais ou menos sensibilidade para quem mais merece...
Mas tudo passa quando existe uma nova dose de intensidade e voltamos de novo ao vicio...
A família, os filhos, o amor, a amizade, as promessas, a lealdade, a solidariedade tudo deixamos tudo trocamos pela intensidade, por mais uma dose de vicio.
No momento da solidão, parei. O ar frio daquela noite sabia-me a palavras tão repetidas.
Parei. Pensei em mim. Pensei em ti. Pensei em todos. Aqueles todos que estiveram, estão e estarão ali ou aqui, presentes, partilhantes, participativos e amigos.
Pensei que se parasse, vivia. Pensei que se vivesse, sentia. Sentir...
Sentia o frio, a noite e a repetição. Como se tudo acontecesse de novo. Como se o frio nunca aquecesse ou a noite nunca acabasse ou a repetição nunca parasse.
Aquele frio. Aconchegante como a dor, Preciso como a vida, Protector como uma serpente, Ternurento como o ódio, Obsceno como Deus, Equilibrado como a loucura
Aquela noite. tão Maravilhosa como a morte, tão Cruel como uma criança, tão Vingativa como uma rosa, tão Irreal como a verdade, tão Falsa como as estrelas, tão Infinita como o amor
A repetição de algo novo. A novidade sempre copiada, sempre igual, sempre esperada, sempre tão previsível. Afinal a novidade verdadeira já tinha ficado lá atrás.
Rock n Roll Train Hell Ain't a Bad Place To be Back In Black Big Jack Dirty deeds done dirt cheap Shot Down in Flames Thunderstruck Black Ice The Jack Hells Bells Shoot to thrill War Machine Dog Eat Dog Anything Goes You Shook Me all night long TNT Whole lotta Rosie Let There Be Rock
I don't think you trust, In, my, self righteous suicide,
I, cry, when angels deserve to die, Die,
Father Into your hands I commend my spirit,
Father, into your hands,
Curiosamente as loucuras das músicas do carro entre aqui e ali, trás a lucidez da manhã e do dia. Importante é não poder estar contigo. Muito importante é não poder partilhar aquilo que me ajudaste a ter.
Se não te posso ter, para quê continuar?
Why have you forsaken me, In your eyes forsaken me,
In your thoughts forsaken me, In your heart forsaken, me oh,
Era muito mais fácil se a consciência não existisse ou se ela tivesse sido povoada por princípios sem principio. Mas não, fizeste o favor de contar a historia do homem novo e claro que acreditei. Ainda acredito... Afinal, quando a tarde vem vai-se a revolta...
Estou farto! Preciso de ti. Preciso de saber que existes. Se calhar, sou eu que te faço existir. Afinal, acreditamos que existem as pessoas que queremos que existam e não aquelas que realmente existem. Provavelmente por isso com o passar do tempo temos mais desilusões. Mas são as desilusões que nos fazem acreditar com mais força na ilusão seguinte...
Sabes, vivo no mundo onde as pessoas pensam que lhes quero tirar os lugares ou as posições ou as ambições ou as aspirações ou as tentações ou as ilusões ou as frustrações ou ... A única coisa que quero é que façam o que entenderem. Que me façam o favor de me largar da mão. Se querem ir para a esquerda, pá vão! Se preferem ir para a direita, pá força! Mas porque querem que vá com elas ou porque querem me convencer que esse é o caminho certo? Será que ainda não perceberam que por cima dos meus ombros está qualquer coisa que me faz pensar?
Now, somewhere between the sacred silence,
Sacred silence and sleep,
Somewhere, between the sacred silence and sleep,
Disorder, disorder, disorder.
Tenho saudades. Principalmente, tenho saudades do que nunca vou ter!
Queria dormir mas há algo na minha mente que me mantém desperto. Uma ideia que não me deixa adormecer, descansar, desligar.
Uma ideia de ideal, de caminho, de partilha, de momentos, de princípios, de loucura. Existem aqueles que dizem que o caminho se faz caminhando. Pode ser que sim, quem sou eu para dizer que não... Na minha opinião o caminho faz-se sentindo os passos que se dão e tendo a certeza que paramos para reiniciar a caminhada. O caminho faz-se parando entre passos.
As ideias são normalmente utópicas, inconcretizáveis e demagógicas. As ideias servem apenas para gastarmos palavras. Palavras que como todos sabemos, foi a forma que Deus nos deu de demonstrar a total inutilidade da nossa mente racional. Já pensaram que se por cada vez que alguém diz "vou fazer algo bom.." fizesse, que ninguém morreria de fome neste mundo? As ideias servem apenas para nos indicar o caminho mas se não nos mexermos, o caminho estará sempre ali...
Mas mais que uma ideia, o que tenho é um sonho! Mas se estou a sonhar, quer dizer que estou a dormir. Como posso ter sono se estou a dormir?
De certeza que estou a dormir porque só consigo sonhar...
Enquanto aquela guitarra tocava os solos mais maravilhosos que alguma vez se ouviram, pensava nos momentos que mais um atribulado dia lhe tinham trazido. Aquele dedilhar fantástico, colocava-o tão perto do céu de tão perfeito que soava. Afinal, ainda havia momentos de paz e de compreensão interna.
Escutava ou melhor sentia e saboreava ou melhor comungava aquele uísque com gelo e água enquanto inspirava o sopro do seu cigarro e pensava...
Pensava na guitarra. Pensava em todas as guitarras que já tinha ouvido, em todas as notas que já lhe tinham sido apresentadas. Pensava no uísque, em todos os copos que bebeu, em todas as pedras de gelo que já tinha derretido. Pensava que no presente todos e todas lhe sabiam ao mesmo. Pensava como seria bom ter um sabor diferente. Não queria que lhe soubesse melhor, sabia ser impossível saber melhor. Só queria ter um sabor diferente.
Inspirava o cigarro como se a sua vida dependesse disso. Os dedos, como tudo o resto em si, queimados pelo hábito de não deixar nada por fumar nos cigarros e na vida. Os dedos tão queimados como a alma que tentava enevoar com o fumo inspirado. Sabia que seria o seu fim aquele vício, mas não se preocupava. Afinal é mais fácil saber do que será o nosso fim do que deixar isso nas mãos do destino ou mesmo de algo tão superior como Deus ou uma mulher.
A guitarra... De platina, brilhava como nenhuma outra. Parecia que no meio do fumo, as notas encontravam o caminho certo para a sua alma. Fazia do uísque o fio condutor de tão maravilhosa convivência entre ele e o ser que gostava de ter sido.
No entanto, sabia que aquela perfeição interior terminaria e voltaria à realidade do seu ser. Nesse momento, voltaria a procurar numa mulher qualquer comprar amor com dinheiro. Afinal o dinheiro compra tudo e nada o consegue vencer. Nem mesmo o amor... Era essa a sua fé!
Encontrei a seguinte definição de coragem algures pelo éter:
s. f. Força ou energia moral que leva a afrontar os perigos; valor; destemor, ânimo, intrepidez, bravura, denodo: lutar com coragem
Queria reflectir sobre o "força ou energia moral que leva a afrontar os perigos".
Será que existe intrínseca a cada um de nós esta força ou energia? Será que poderemos desenvolver ou treinar esta capacidade?
Aqui o aprendiz de escritor acha que devemos ir antes e primeiro de tudo à definição de perigos. O que são perigos? Serão aquilo que conscientemente sabemos nos poder fazer mal? Ou não necessitamos de ter essa consciência? Mas se não temos consciência como poderemos convictamente dizer que temos coragem de os enfrentar?
Mas se são perigos porque os precisamos de afrontar, porque simplesmente não os evitamos? Se sabemos que vamos correr riscos, porque os enfrentamos? por obrigação? por necessidade? por outra razão qualquer?
Claro que este é um post com muitos pontos de interrogação mas que conclui com
O giro da vida é sabermos que afinal há verdades que não mudam e mentiras que perduram. Quando percebemos que alguém nos liga, nos tenta interpretar sentimo-nos importantes, únicos. Afinal, eu sempre soube que estavam por aí.
Gosto muito de jogar. Gosto muito de jogar às cartas. Todo o tipo de jogo mas os que nos fazem pensar mais do que os jogos de pura sorte. Faço isso desde que me lembro de existir. Lembro-me do meu pai a jogar, de aprender com ele.
Apesar desse gosto continuo a não conseguir jogar às cartas com o mesmo prazer. O meu baralho preferido continua incompleto. Certamente que jogo com outros baralhos, noutras mesas mais ou menos aveludadas e mais ou menos ricas faz parte da minha vida quotidiana.
Claro que sei me convencer que com o baralho actual, os naipes saem de acordo com as expectativas e correspondem ao que sempre esperei. A lógica de saída da mão sair é sempre igual. O trunfo não se altera, não há renuncias nem cortes inesperados.
No entanto, aquela forma de jogar, o gozo, o prazer imenso que aquele baralho me dava, mias nenhum me dará. O toque suave das cartas, o desenho dos símbolos, a perfeição do recorte e a impressão, a qualidade da impressão era deslumbrante. Tenho a certeza que ficará impresso sempre com a mesma forma e com o mesmo deslumbre.
Infelizmente esse baralho ficou incompleto. Certamente não se completará jamais. Perdi a carta mais importante pelo caminho.